O cristianismo ensina a seus adeptos que uma vida cristã é complicada e repleto de desafios, instrui também a seguir pelo caminho, que para eles é o único correto, da fé. Ensinam também aos adeptos que o caminho da dificuldade é o melhor caminho a se seguir, pois este é o correto para deus. Mas, afinal, quem enfrenta mais desafios por sua escolha filosófica (ou não)? O cristão ou o ateu?
Há mais de 40 anos fomos contemplados com a liberdade de expressão. Podemos acreditar no que quisermos e questionar o que nos parece duvidoso. Mesmo com tamanha liberdade, muitas escolhas são condenadas e mal vistas pela nossa sociedade, desde a orientação sexual até nas nossas correntes filosóficas. Uma ideia mal interpretada pela sociedade é sinal de muita dor de cabeça, condenação, perseguição, enxeção de saco e guerras pessoais pertinentes. Driblar os ataques e os olhares tortos de uma sociedade é uma caminhada sofrida e que as vezes parece não valer a pena, é aí então que vem o desânimo.
O Brasil é teoricamente laico, digo teoricamente porque na prática não o é. Grande parte da população brasileira é cristã, por este motivo religiões difentes e ideias contrárias ao cristianismo são deixadas de lado. Uma vida cristã é vista como uma vida santa, como a coisa correta a se fazer, quando um cristão falha, para a massa social mais ignorante, não é ele que errou, mas sim foi uma tentação ou opressão diabólica (satânica, luciferiana, ou quaisquer mais nomes que atribuem). Carregar cruscifixos e bíblia é sinal de total moralidade. “Testemunhar” que se tornou cristão é visto como um recomeço, e o passado da pessoa não importa mais, independente se ela era um serial killer, um psicopata estuprador ou um político corrupto. Assumir o cristianismo no Brasil é o mesmo que se pseudo-santificar. Mesmo com tantas “dificuldades invejáveis”, as instituições religiosas cristãs insistem em AFIRMAR que a vida religiosa é mal vista pelas pessoas de nossa sociedade.
Creio que você ficou impressionado com a “dificuldade” da vida cristã brasileira, agora veja como é a vida “fácil” do ateu brasileiro:
O Brasil é praticamente TEOCRÁTICO, digo praticamente porque de mentirinha ele se intitula laico. Ateus são minoria em nossa país, como é de se esperar o preconceito sobre esse grupo é assustador. Assumir o ateismo em nosso país é o mesmo que se exilar, isso porque o que as pessoas não conhecem elas temem e o que elas temem elas se afastam. Para a sociedade, ateus não amam; cristãos pensam assim porque para eles o único amor verdadeiro é o do deus judaico-cristão. Dificilmente ateus conseguem espaço na mídia para divulgar as suas ideias, isso porque as emissoras temem que a sua audiência caia, estas emissoras acreditam que o ateismo é o ponto de declínio de uma audiência (felizmente o Atheist Experience conseguiu fazer diferença). Não importa o quanto um ateu demonstre sabedoria, evidências científicas e possua credibilidade nos seus relatos, muitas pessoas irão dizer que o que não está escrito na bíblia não é verdadeiro. Muitos ateus já perderam o emprego quando seus patrões descobriram da ideologia de seus funcionários, para estes patrões ateus não são confiáveis. Há muitos outros obstáculos na vida de um ateu, indo desde problemas familiares constantes até uma vida social perseguida.
Os cristãos dizem que o caminho da uma vida fantasiosa é complicada e que a vida interpretada com naturalidade é fácil ser seguida em nossa sociedade. Educam as crianças a pensarem assim e desta forma criam um exército de crentes robóticos, alienados com a ideia de estarem sofrendo perseguições, ditas mundanas. Cristãos afirmam que suas vidas são difíceis, isso não acontece por ela realmente a ser, mas sim pela forma como eles adoram semear o próprio sofrimento.
Ateus são felizes por amar a complexibilidade da vida e por ver no natural uma resposta racional e convicente. Lutam pelos seus direitos e se emocionam quando outro indivíduo de sua espécie necessita de ajuda. Entendem perfeitamente que o sofrimento pode ser encarado de frente e não por sonhos ultrapassados, desta forma seus problemas são vistos verdadeiramente como aprendizado e não como obrigação mandada por um ser sobrenatural.
Felizmente, os ateus estão cada vez mais se unindo, detonando com o preconceito e mostrando ao mundo que a moralidade independe de fé, mas sim por um sentimento individual no qual chamamos de ética.